sábado, 7 de janeiro de 2012

Chemical Brothers - Brotherhood [2008]


Reproduzo um texto primoroso escrito por Luis Guerra, articulista da Blitz, site português.
________________________________


Brotherhood - The Chemical Brothers

Fala a experiência. 15 clássicos do big beat, todos da mesma banda. Para quem deseja ouvir em casa o que dançou fora dela nos últimos quinze anos.


Primeiro retira-se o plástico que a envolve (biodegradável? - não sabemos), depois abre-se a caixa e procura-se, avidamente, o CD principal (sim, que o outro é Electronic Battle Weapons , experiências mais radicais que prometemos oferecer a um fã extremoso).
Passa no teste do odor: cheira ao papel que cheira a verniz. Passa no teste do tacto: é rugoso como o papel de parede daquela fotografia vergonhosa de 1983.
Dedo no meio da rodela para não deixar vestígios, o rotundo objecto quase demodé directinho para o único leitor de CDs que funciona, ao qual conectámos umas colunas de som capazes de transformar 25 m² de sala num clube nocturno depois da quinta vodka-laranja.
Volume a dois passos do máximo, o suficiente para não sentirmos o cheiro a cortiça chamuscada, o suficiente para que o gato procure guarida no andar de cima.
O dedo hesita, só para o estilo, mas acaba por deslizar sobre a tecla Play. Começa aqui o que descreveremos doravante como "a experiência cagaçal".
Ouvimos um trecho marroquino que se repete de forma pronunciada - é "Galvanize", Q-Tip nos vocais, todas as memórias de um botão premido em 2005 (valeu-lhes um Grammy).
O que se segue é uma sequência nebulosa de memórias de caves e sub-caves, co(r)pos entornados e braços ondulantes: "Hey Boy Hey Girl" é, hoje e sempre, um detonador de loucura; "Block Rockin' Beats" pôe água na fervura e injecta alucinações sincopadas no cérebro; ouvimos "Do It Again" e imaginamos um sapateado de Justin Timberlake (mas também um robot falante em Vénus); o Bloc Party Kele Okereke mergulha num lago químico em "Believe" (e há uma sirene que o avisa que é melhor voltar para casa); os Beatles e "Tomorrow Never Knows" servem-se de Noel Gallagher para resgatar um último albatroz do cais; New Order e Primal Scream decidem em "Out of Control" quem é que vai para a cama com os Chemical Brothers. 
Uma hora e treze minutos depois, o Stop automático sucede à última pancada seca de "Chemical Beats". Acabou a "experiência cagaçal". Suores, visões, ressaca (quer dizer, simulacros disto tudo). Corremos as cortinas, está um belo dia. O gato ronrona à porta.

Texto de: Luís Guerra
Ler mais: http://blitz.aeiou.pt/brotherhood-the-chemical-brothers=f34499#ixzz1ikp5wlFH
________________________________

Chemical Brothers - Star Guitar
Primeira música que ouvi foi "Let Forever Be" que fez parte da trilha sonora de Matrix, anos mais tarde me apaixonei de vez pelo clipe de "Star Guitar" dirigido por nada menos que Michel Gondry. Muitas influências munidas com a poderosa criatividade desse duo eletrônico da terra da rainha. Foda.

Chemical Brothers - Brotherhood

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...